Ficha de Leitura IV - Telma Ourives [18333]

A observação constitui outro dos métodos de recolha de informação que se podem utilizar no decorrer de uma avaliação psicológica.

A observação consiste, então, na percepção e obtenção deliberadas de amostras de comportamento de determinado sujeito, por um observador treinado (participante ou não participante) ou por pessoas próximas do observado. A observação poderá ser feita em situação natural ou numa situação análoga/artificial. No caso desta última, o ambiente é recriado de maneira a proporcionar informação acerca de comportamentos e situações comparáveis às de situação natural. Todas as observações devem ser feitas de forma sistemática.

A observação em contexto natural é preferível relativamente à em contexto artificial, visto que o sujeito observado estará no seu “habitat” natural e provavelmente comportar-se-á de forma normal, como se não estivesse a ser observado. No entanto, poderá acontecer também que o indivíduo ao saber que está a ser observado, mesmo em ambiente natural, não se comporte da mesma forma, o que vai enviesar os resultados. Nestes casos, muitas vezes, são designadas pessoas próximas ao indivíduo para realizar a observação, na medida em que o sujeito sentir-se-á mais à vontade, não modificando assim o seu comportamento. Porém, esta situação também traz algumas desvantagens, visto que as ilações feitas pela pessoa próxima do sujeito observado poderão não ser objectivas e não corresponderem totalmente à verdade. Assim, percebemos que planear uma observação não é tarefa fácil e se o observador não tiver os conhecimentos necessários, esta pode não resultar da melhor forma, tornando-se assim, numa fonte de erros.

A observação deve ser, então, planeada mediante um protocolo que abarque as várias fases deste processo, levando em consideração diversos aspectos, tais como: as unidades de medida que vão ser utilizadas, as técnicas de recolha de informação, quem e o quê vai ser observado, quando e onde vai ser realizada essa observação e durante quanto tempo, quem vai observar e como vai ser apreciada a qualidade das observações.

Aquando da actividade proposta pela professora – fazer uma observação de um comportamento, pensei que não seria nada do outro mundo visto que ainda não tínhamos terminado a ficha de leitura e não sabíamos muito bem qual o procedimento a seguir. No entanto, e ao contrário do que pensava, fazer uma observação não é uma tarefa muito fácil, pois, esta exige todo um planeamento muito complexo, o que veio dificultar a nossa tarefa. Esta experiência foi enriquecedora na medida em que me permitiu sentir a responsabilidade que é fazer uma observação. As conclusões daí retiradas podem condicionar e influenciar de forma positiva ou negativa, consoante as decisões tomadas e o treino dos observadores, um processo de intervenção, por exemplo.

Tenho, no entanto, a referir que apesar de ter gostado da experiência senti-me um pouco “aprendiz de mim mesma” (ou das minhas colegas), pois todas nós sentimos que não tínhamos os conhecimentos necessários para fazer uma observação. Esta insegurança foi acentuada pelo facto de não recebermos feedback algum por parte da professora, logo, não temos a certeza se a observação que fizemos e as decisões que tomámos foram as mais correctas ou não. Esta tarefa poderia ter sido realizada da mesma forma, no entanto, acho que após a realização da mesma, deveríamos ter, por exemplo, uma aula em que nos fosse possível trocar impressões, experiências e metodologias utilizadas com os nossos colegas e a professora de forma a entender se o caminho que utilizámos foi o mais correcto ou não.

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