Ficha de Leitura III - Vera Santos [25322]

O auto-relato, tema desta ficha de leitura de R. Fernandez-Ballesteros, me fez entender que significa uma manifestação verbal do indivíduo, seja ela através condutas motoras, respostas fisiológicas, pensamentos ou cognições, emoções, e/ou experiências subjectivas relacionadas com determinadas acções ou comportamentos. Essas manifestações verbais são também consideradas como expressão de construções inconscientes. Através dele podemos descobrir experiências internas num indivíduo, ter acesso a informações de experiências subjectivas, como a uma infinidade de eventos internos e externos e tanto subjectivos como objectivos, tornado-o assim na categoria metódica mais diversificada e rica e, também, com muitas complexidade e difícil de valorizar na visão científica.

Esse método foi usado durante os primeiros anos da psicologia em laboratórios por funcionalista e estruturalistas para investigar os elementos da consciência, depois foram rejeitados pelos condutistas Watson e Skinner e resgatados pelo condutismo da terceira geração.

Seja qual for uma informação verbal ou resposta a uma pergunta sobre nós, envolve processos de memória, pensamento e linguagem. Na memória a informação é guardada em diferentes estruturas: memória sensorial que tem curta duração, memória de curto prazo com capacidade limitada e memória de longo prazo que tem uma capacidade ilimitada armazenamento.

Quando um indivíduo nos transmite uma informação, ela foi processada, obrigatoriamente estava disponível ao indivíduo. Não sendo todos os processos internos de acesso.

A mensagem verbal que o indivíduo emite sobre si próprio depende da informação que será solicitada pelo avaliador e das induções convincente que este faz acerca da informação fornecida.

A avaliação comportamental dirige-se à análise funcional de transtornos de conduta, e nesse sentido, construiu-se uma série de auto-relatos com o objectivo de avaliar distintos transtornos de conduta como medos, depressão, etc. A forma mais frequente de se obter auto-relatos, é o contexto artificial. Os questionários, inventários, escalas e outras técnicas de auto-relatos devem ser administrados em condições padrão, e assim o indivíduo não é incomodado no decorrer da sua prestação, nem as suas respostas são influenciadas por terceiros. São considerados como sendo de laboratório os autos-relatos, em situação experimental manipulada em laboratório, o indivíduo produz manifestações verbais sobre si, quanto a uma situação concreta. Neste procedimento são utilizados: testes situacionais, role-playing e tarefas cognitivas. O objectivo principal destes testes é recolher amostras de condutas motoras no momento da sua ocorrência, podendo, no entanto, registar-se também auto-relatos sobre a experiência subjectiva dos indivíduos. Onde os autos-relatos permitem que as manifestações verbais do indivíduo relativamente às suas respostas motoras, fisiológicas e cognitivas ocorridas no dia-a-dia, sejam registadas no momento em que ocorrem ou pouco tempo depois, é no contexto natural. Caso o avaliador esteja no momento dessa, poderá registrá-las pessoalmente, caso contrário, o indivíduo poderá efectuar anotações e entregá-las posteriormente ao avaliador. Todo o auto-relato pode ser considerado como um conjunto de respostas a uma série de estímulos. As cinco categorias que os auto-relatos estão divididos são: o conjunto constituído por questionários/inventários/escalas, auto-registros, pensamento em alta voz, entrevista e a auto biografia. Enfim nessa técnica utilizada no intuito de obter informações na avaliação psicológica, podem haver erros, devendo então ser controlado pelo avaliador.

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