Ficha de Leitura III - Fátima Esturrenho [24172 TE]

“Se quiseres saber da experiência interna de uma pessoa, talvez o método mais directo seja perguntar-lhe”

(Kleinmutz, 1967)


Ao ler este texto para elaborar a terceira ficha de leitura fiquei com a ideia de que posso afirmar sem dúvida, que os auto-relatos são um procedimento simples e bastante abrangente, e que podem ser utilizados por todas as áreas da psicologia uma vez que permitem avaliar uma grande diversidade de comportamentos motores, psicofisiológicos e cognitivos. Proporcionam ao psicólogo avaliador vários tipos de informação, no entanto torna-se difícil de comprovar a sua totalidade, sendo por vezes necessário que esta seja complementada com outros conhecimentos e técnicas, visto a informação que deles provém tem origem directamente no próprio sujeito que é analisado.

Os auto-relatos, por terem um carácter muito subjectivo, uma vez que o sujeito avaliado recorre a processos de introspecção e recuperação para responder, podem levar a erros de avaliação. Os erros de avaliação mais comuns são a simulação, quando deliberadamente o sujeito poderá responder de acordo com o que mais lhe convém que seja verificado, ou ainda por razões pessoais, não querer, ou não se sentir ainda capaz de revelar certas questões e a desejabilidade social, quando o sujeito tende a responder de acordo com o que é mais desejável socialmente. Outra situação a considerar, pode prender-se com as expectativas do sujeito sobre aquilo que o avaliador espera de si e às suas próprias concepções quanto à avaliação.

É importante também realçar, que apesar de o sujeito objecto de estudo dos auto-relatos ser o principal interveniente, também o papel do avaliador é essencial, uma vez que a sua forma de interagir com o sujeito e o seu conhecimento na hora de interpretar os resultados são fundamentais.

Outro ponto que considerei interessante neste capítulo foi a utilização de perguntas estruturadas, semi-estruturadas e não-estruturadas dentro dos auto-relatos, que devem ser aplicadas consoante a especificidade do caso em avaliação. Desse modo, apesar de as perguntas estruturadas serem mais utilizadas nos auto-relatos, as semi-estruturadas e não-estruturadas conferem uma maior flexibilidade e liberdade ao sujeito, permitindo também um maior número de informações para o avaliador.

Torna-se assim difícil fazer generalizações acerca dos auto-relatos, na medida em que, apesar de existirem algumas características comuns, se verifica uma grande variedade ao nível do seu conteúdo, nomeadamente no que concerne à forma de fornecer e obter informação, bem como ao seu tratamento.

No que respeita a dificuldades encontradas com a elaboração desta ficha de leitura, destaco sem dúvida a dificuldade em sintetizar toda a informação encontrada no artigo que nos serviu de base, por este apresentar uma linguagem muito técnica e muitos exemplos para ilustrar os assuntos abordados e, ter sido para nós muito difícil “escolher” aquilo que seria mais importante ou mais esclarecedor do seu conteúdo, pensando nesta ficha de leitura como documento de estudo futuro para nós ou para outros.

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