Ficha de Leitura III - Florbela Estrada [24176 TE]

A técnica de avaliação psicológica designada de auto-informes (auto-relatos) constitui um método avaliativo muito rico em termos informativos, mas também de grande complexidade e validação científica. Na medida em que pressupõe uma descrição, narração, comportamentos, entre outros, na primeira pessoa, essa informação poderá estar sujeita a diversos inviesamentos (tanto por parte do observador como do observado) e manipulação (muitas vezes de forma consciente) por parte de quem a descreve.

No entanto, esta técnica é bastante utilizada e reveste-se de extrema importância, nomeadamente na primeira avaliação, na medida em que permite efectuar uma avaliação sobre o problema em causa, condutas responsáveis pelo mesmo, bem como estímulos ambientais e/ou outros que lhe estejam afectos. Resulta duma introspecção realizada pelo próprio indivíduo em questão, que sente e actua consoante os estímulos a que se encontra sujeito e avalia as suas próprias experiências. Cria-se com esta metodologia, as condições para que o indivíduo efectue a sua própria auto-observação.

Este método, pelas suas características, pelas características do próprio ser humano e pelas condicionantes impostas pela sociedade poderão estar sujeitas a diferentes distorções (fontes de erro). Assim, com vista a obter resultados fidedignos que possam ser considerados válidos, é fundamental que o avaliador recorra a outras técnicas (e.g. psicométricas – testes de personalidade consoante o objectivo da avaliação em causa) com vista a comprovar e validar as respostas obtidas, bem como efectuar comparações, relativamente a atitudes, comportamentos e formas de pensar, com outros grupos.

A elaboração deste relatório facultou-me informação pertinente sobre as vantagens, condicionantes e diferentes estratégias disponíveis na aplicação desta técnica de avaliação psicológica, aparentemente tão simples e credível. Da mesma forma elucidou-me sobre a importância do papel desempenhado pelo próprio avaliador, aquando da aplicação do mesmo. Cabe a estes analisar qual a metodologia adequada a cada caso, valendo-se das diferentes técnicas que possam controlar a informação recolhida e compará-la com outros grupos de análise, obtendo assim controle sobre a credibilidade das mesmas.

Há que salientar no entanto, que esta técnica é também utilizada em paralelo, ou como ponto de partida nas avaliações que são efectuadas com recurso a outras metodologias de avaliação psicológica. Estas constituem assim um importante recurso avaliativo, sendo de considerar aspectos como a motivação do indivíduo e o controle do nível de inferências por parte do indivíduo e do avaliador.

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