Ficha de Leitura II - Carla Tanganho [24134]

A presente ficha de leitura, cuja temática são as técnicas psicométricas, nomeadamente os testes psicológicos, permitiu-me compreender melhor estes importantíssimos instrumentos de trabalho inerentes à actividade de um psicólogo. O facto de virem a ser aperfeiçoados há já mais de um século reflecte bem a evolução que sofreram desde então, bem como o interesse secular depositado na compreensão dos fenómenos relativos à cognição e conduta humanas. Graças a eles, é possível alcançar respostas para certas questões antes em aberto, é possível obter orientações no sentido de um conhecimento mais aprofundado acerca da pessoa que é objecto de avaliação, bem como de um acompanhamento centrado nas verdadeiras necessidades da mesma.
Relativamente a outras técnicas psicométricas, os testes caracterizam-se pela sua objectividade, estandardização, quantificação e necessidade de estruturação. Tais particularidades revestem-se de extrema importância, uma vez que um dos principais objectivos destes testes é permitir a comparação entre sujeitos, isto é, entre o sujeito avaliado e outros avaliados anteriormente. A sua eficácia encontra-se, assim, dependente da presença daquelas características, bem como do cumprimento de um conjunto de etapas essencial à sua elaboração. Aqui, afigura-se de particular relevância definir, antes de mais, o fim ao qual se destina o teste em causa. Penso, pois, que se poderá afirmar que o seu carácter dotado de rigor e cientificidade diferencia estes instrumentos de outros existentes no domínio da avaliação psicológica.

Os testes poderão ter a pretensão de caracterizar um indivíduo em termos de traços psicológicos (testes de personalidade), avaliar o seu nível de inteligência (testes de inteligência), bem como vários factores a ela associados (o que inclui o tipo de processamento utilizado na resolução de diversos problemas), ou ainda averiguar competências. Porém, não basta conhecer as regras de aplicação de um teste para o aplicar. Se assim fosse, qualquer pessoa na posse do seu manual se acharia em posição de o empregar. Além de todo um conjunto de procedimentos que é preciso conhecer e cumprir, é essencial, a meu ver, uma certa dose de sensibilidade, intuição e mesmo perspicácia, uma vez que nos encontramos perante o terreno delicado e muitas vezes ambíguo que é o comportamento humano. Também os conhecimentos teóricos adquiridos ao longo do curso de Psicologia nos auxiliarão nesta tarefa, uma vez que é impossível exercer a prática sem qualquer teoria.

Outra questão que penso ser de interesse é a que se prende com o facto de os testes por si só não oferecerem uma descrição ou diagnóstico completos, devendo, pois, ser complementados por outras técnicas de cariz mais subjectivo, mas também mais compreensivo, na medida em que permitem uma apreciação, por assim dizer, mais fiel e verdadeira da pessoa em causa.

Basicamente, considero que os testes psicológicos constituem instrumentos fiáveis e necessários no âmbito da psicologia aplicada, no sentido em que constituem mecanismos adjuvantes do trabalho do psicólogo, qualquer que seja a sua área, pois permitem-lhe uma rápida recolha de dados de interesse acerca de um indivíduo, ao mesmo tempo que garantem a objectividade dos mesmos. Ainda assim, é da minha opinião que constituem apenas um complemento no que respeita à obtenção de informação junto de um qualquer indivíduo.

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