Ficha de Leitura I - Telma Ourives [18333]

O que é a avaliação psicológica? Que métodos são utilizados? O que se pode avaliar/analisar afinal? Que tipo de avaliações se podem fazer? Até onde vai a função do psicólogo? Estas são algumas das perguntas que estavam a pairar dentro da minha cabeça. Com a realização desta ficha de leitura tive a oportunidade de responder a algumas delas, no entanto outras surgiram...há sempre algo que fica por responder, há sempre algo que nos desperta interesse e que nos faz querer saber mais…
O comportamento humano é algo tão subjectivo, tão misterioso e tão complexo, como é possível conseguir explicá-lo? Conseguir entendê-lo? E conseguir mudá-lo? Este é, pois, o objecto de estudo dos psicólogos. Para estudá-lo e tentar modificá-lo, é necessário recorrer a procedimentos, métodos e instrumentos rigorosos e possíveis de serem comprovados.

Antes de mais, importa referir que a avaliação psicológica não é algo que possa ser feito apenas num só contexto, pelo contrário, esta pode ser utilizada em variadíssimos contextos e, consequentemente, assumir diversas funções. Assim, pode ser utilizada no diagnóstico (normalmente em contexto clínico), na orientação (nos vários contextos), na selecção (principalmente em contextos organizacionais / profissionais) e, também, no tratamento e/ou alteração de comportamentos (nos vários contextos). A avaliação psicológica, abrangendo todos os contextos de formas variadas, requer pois uma constante actualização de conhecimentos e uma grande criatividade para definir e pôr em prática novas estratégias de trabalho. Não é algo que é fixo, que é regrado, logo, é necessário que o psicólogo tenha também muita flexibilidade para se adaptar aos diversos contextos e métodos de trabalho e mesmo às diferentes pessoas com quem interage diariamente.
No entanto, obviamente, a avaliação psicológica tem que ter uma base metodológica por onde nos regemos para efectuar essas avaliações. Sendo assim, o psicólogo deverá recorrer ao método correlacional quando os objectivos são diagnosticar, orientar e/ou seleccionar, e deverá recorrer ao método experimental quando o objectivo é a intervenção, ou seja, a aplicação de um determinado tratamento com vista a mudar comportamentos. Importa referir que o método correlacional encontra-se integrado no método experimental, sendo este último composto por nove fases, das quais as quatro primeiras são compartilhadas com o primeiro.

No caso do processo correlacional, é importante referir que para recolher as informações que são pertinentes a cada caso são utilizadas várias técnicas, como por exemplo: a observação, os testes, os auto-relatos e as entrevistas. Estas técnicas não devem ser utilizadas individualmente, mas sim em simultâneo, pois se o psicólogo se basear apenas e só nos dados recolhidos com uma das técnicas, estes poderão levar ao erro de diagnóstico. Assim, o psicólogo não deve fazer ilações baseadas num só método, uma vez que a informação recolhida pode não corresponder totalmente à verdade ou mesmo abranger todos os pontos que possam estar a influenciar o comportamento do indivíduo. É, igualmente, de realçar a importância do treino dos psicólogos. No caso do JM, caso descrito na ficha de leitura em questão, na fase dois do processo em que são definidos os procedimentos a utilizar, refere-se que, no caso da observação, serão utilizados dois observadores treinados. Esta ideia levanta-me algumas dúvidas, pois, o facto de serem dois observadores pode levar a um enviesamento, visto que cada um de nós avalia de diferente forma e nem sempre tiramos as mesmas conclusões acerca daquilo que observamos. Tal como todas as outras pessoas, os avaliadores não são passíveis de errar e de fazer juízos de valor prematuros e inapropriados.

A realização desta ficha de leitura, fez-me realmente compreender que o papel do psicólogo afinal não é assim tão fácil, é um cargo de grande responsabilidade, pois, os indivíduos que nos procuram depositam em nós toda a confiança, esperando de nós o melhor. Não é fácil avaliar, requer de nós o máximo de atenção, paciência, imparcialidade, neutralidade e objectividade. É necessário olhar todos os casos como um caso único e tentar dar a melhor resposta possível às problemáticas das pessoas que nos procuram.

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