Ficha de Leitura V - Florbela Estrada [24176 TE]

A entrevista é uma técnica que antecede qualquer tipo de avaliação ou metodologia utilizada em contexto de avaliação psicológica.

A interacção que estabelece entre entrevistador e entrevistado revela-se de grande interesse e resulta em valiosa obtenção de informação. Não é por acaso que é utilizada em diferenciados contextos de avaliação (clínicos, organizacionais), numa multiplicidade de temáticas, consoante o objectivo e/ou comportamento que se pretende avaliar ou mesmo pelo próprio sujeito em análise na procura de obtenção de respostas a questões que considera pertinentes para a sua vida.

Há aspectos a salientar neste método, há semelhança de qualquer dos outros analisados anteriormente. O papel do entrevistador, por exemplo, reveste-se de grande importância. Este tem o papel de “pivot” da entrevista, é ele que conduz a entrevista, devendo para isso preparar previamente as questões a colocar consoante os objectivos e contexto em que a mesma ocorre. Deverá, no decorrer da entrevista permitir alguma fluidez de perguntas e respostas sem no entanto deixar de obter as respostas fundamentais e relevantes para o caso em questão, motivar o participante a colaborar, interagir de forma verbal ou não-verbal mas de forma a não influenciar as respostas (apenas o necessário para estabelecer alguma interacção), ser coerente com as suas atitudes, estabelecer alguma empatia (a suficiente para adquirir a confiança do entrevista e garantir respostas fidedignas e ajustadas), entre outros aspectos. O entrevistador deverá assim, garantir a fiabilidade e validade das respostas obtidas por parte do entrevistado, exigindo estas características, algum treino por parte deste garantindo assim a eficácia da mesma, caso contrário poderá não atingir os objectivos propostos.

Foi proposto ao grupo que simulássemos dois contextos de entrevistas (optámos por realizar uma entrevista em contexto clínico e outra em contexto organizacional) nas quais nos empenhámos em atender às características adequadas a cada uma delas e à sua preparação. O que inicialmente considerámos ser um desafio simples, revelou-se de maior complexidade do que esperávamos, pois dada a falta de prática (um dos aspectos salientados acima) debatemo-nos com algumas dúvidas, bem como a falta de confiança no papel que nos caberia desempenhar. A falta de realismo da situação, que por um lado poderia facilitar, tornou-se outra dificuldade acrescida.

Assim e concluindo, esta experiência revelou-se importante na medida em que nos colocou numa situação em que eventualmente podemos vir a actuar como futuros psicólogos, e salientou aspectos sobre os quais não tínhamos atribuído o valor necessário, dificuldades e pertinência de características, e acima de tudo permitiu-nos percepcionar a importância das funções correspondentes a cada papel desempenhado e para as quais não temos prática (em especial o papel do entrevistador).

Considero que foi pertinente para explorar a capacidade ou falta dela, perante situações semelhantes que possam vir a ocorrer, permitindo-nos uma abordagem, embora muito precoce duma vertente até então não explorada.

Lamento no entanto que não tenha sido realizada uma análise, por um profissional (neste caso a professora) de forma a indicar os aspectos positivos e negativos da forma como as mesmas foram trabalhadas, na medida em que isso nos iria permitir corrigir os aspectos negativos e menos adequados no decurso das mesmas.

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