Ficha de Leitura IV - Fátima Esturrenho [24172 TE]

Como vimos em capítulos anteriores, os testes e todos os processos de avaliação psicológica têm uma grande componente de observação.
Aprendi que a observação consiste na percepção deliberada do comportamento de um determinado sujeito, por um observador treinado, com vista ao registo dos comportamentos observados, a partir dos quais se podem obter respostas, no seguimento das quais se podem efectuar inferências de diversos níveis relativamente ao facto em observação.
A definição das dimensões de observação e a situação (natural ou artificial) em que esta deve acontecer permitem ainda definir a sua qualidade e rigor. Devem ainda ficar bem definidas as unidades a observar e de que forma devem ser medida e como devem ser registados os resultados.

Ao abordar este capítulo apercebi-me que se torna importante conhecer reconhecer os principais erros da observação e também elaborar estratégias que os possam resolver.

Em aulas anteriores falamos de alguns desses erros e demos alguma importância às heurísticas. Foi-me possível apreender através deste tema que muitas vezes o avaliador, ao não se dar conta da sua susceptibilidade para errar, acaba por formular a sua avaliação com base em dados erróneos e, consequentemente, prejudicará o seu cliente, ou a avaliação do caso do seu cliente.

Fiquei de alguma forma preocupada com a ênfase que se dá à experiência do observador, visto que um dia, quando me tornar psicóloga, não terei inicialmente muita experiência a vários níveis. Esta preocupação agrava-se, sobretudo, porque a observação é um método essencial em avaliação psicológica, independentemente do modelo teórico do avaliador e, por isso mesmo, deve ser feita com qualidade e o máximo de exactidão possível. Apesar disso, traz-me algum conforto que numa observação, seja aconselhável mais que um observador. No entanto, segundo li, isto poderá trazer tanto vantagens como complicações, podendo haver divergência entre a opinião dos observadores. Assim, por exemplo nos registos narrativos, os observadores podem utilizar descrições verbais distintas para um mesmo comportamento ou padrão de comportamento, ou seja, os observadores podem categorizar a mesma situação como situações distintas.

Uma outra técnica que a meu ver é um quanto subjectiva e imprecisa e susceptível de alguns erros são os registos de conduta, em três aspectos aqui descritos como a falta de precisão das condutas a observar, a inexequibilidade referente a condutas de alta frequência ou mesmo devido ao grande número de condutas a observar e, por último, quando a frequência de um comportamento é baixa pode também prejudicar a capacidade de atenção do observador.

Posto tudo isto, para que se possam realizar inferências válidas, torna-se necessário, que se utilizem outros métodos, como questionários, entrevistas, auto-registos, etc., para que se possa realizar a posterior contrastação dos resultados obtidos.

Como complemento a esta ficha de leitura, foi-nos solicitada a realização na prática de uma situação de observação. Através da leitura do artigo de apoio à ficha de leitura, tivemos acesso à informação de como se deveria proceder e quais as etapas a considerar. No entanto, para a aplicação na prática dos conceitos, os esclarecimentos foram escassos. Na falta de um exemplo prático, que nos ajudasse a perceber como poderíamos organizar a nossa observação, resolvemos aproveitar uma situação à qual já algumas vezes havíamos prestado atenção e a partir daí executar o nosso trabalho prático.

Observámos e registámos como referimos em anexo à ficha de leitura, o comportamento, algo repetitivo de uma das funcionárias da biblioteca onde nos costumamos juntar para trabalhar.

Na minha opinião pessoal, a realização deste trabalho não me ajudou muito a perceber a função e o objectivo da observação num processo de avaliação psicológica, porque dele não houve tratamento posterior que pudesse levar à constatação de resultados.

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