Conferências - Carla Tanganho [24134]

Foi-nos solicitado, no âmbito da cadeira de Modelos e Processos de Avaliação Psicológica, que elaborássemos uma síntese relativa a uma das conferências enquadradas na I Semana da Educação e da Psicologia (I SIEP) da Universidade de Évora. Sendo assim, a conferência em torno da qual gira a minha síntese é aquela que se intitula “Psicologia Positiva e Contexto Organizacional”. Esta foi constituída por duas comunicações, sendo que a primeira foi realizada pelo Professor Doutor Miguel Lopes (Universidade Nova de Lisboa) e a segunda pela Professora Doutora Patrícia Palma (ISPA).

A primeira comunicação centrou-se em torno da designação de Psicologia Positiva, ao que o Prof. Dr. Miguel nos explicou o significado de tal terminologia através da exposição de alguns estudos nessa área. Apesar de já anteriormente ter uma ideia do que tratava a Psicologia Positiva, sendo que a meu ver esta área da Psicologia defendia um enfoque nas características positivas do ser humano e, portanto, naquilo que de melhor ele tem, os casos práticos apresentados permitiram-me perceber melhor esse conceito, o qual me interessa bastante. Foi-nos, assim, apresentado o caso de Roger Bannister, um atleta e estudante de medicina que, nos anos 60, surpreendeu tudo e todos ao conseguir atingir algo que se afigurava impossível para qualquer ser humano: correr uma milha em 4 minutos. Com este feito ficou demonstrado aquilo de que o ser humano é capaz ao empregar o seu esforço e determinação na realização de uma qualquer tarefa. Penso que é motivo para utilizar a expressão “Querer é poder”, a qual faz todo a sentido para mim, uma vez que basta querermos sinceramente algo para de facto consegui-lo. Pessoalmente, sempre que oiço alguém dizer que quer muito uma coisa mas que não a consegue levar a cabo só pode significar duas coisas: que não se está a esforçar verdadeiramente por isso e que, portanto, no fundo, no fundo, não é aquilo que quer. O atingirmos ou não um objectivo depende única e exclusivamente de nós. Se nos servirmos das características positivas que possuímos e, por isso, do nosso potencial, de forma a suplantar o que temos de menos bom, acredito que estamos no caminho certo para realizarmos os nossos sonhos e sermos felizes.

Voltando à conferência, gostaria ainda de destacar o chamado “estudo das freiras”, através do qual ficou provado que estados psicológicos positivos, como por exemplo a motivação, o optimismo e a auto-confiança, se encontram associados a uma maior longevidade. Desta forma, parece que para viver mais tempo basta gostarmos e acreditarmos em nós, bem como encontrar um sentido para aquilo que fazemos. Aprendi, ainda, com o Prof. Dr. Miguel Lopes o que a expressão “capital psicológico” significa: o nível de positividade e de crescimento pessoal que caracteriza uma pessoa. Fiquei, porém, com pena de não ter existido tempo para aprofundar as estratégias que existem para o incrementar.

No que respeita à comunicação da Prof. Dra. Patrícia Palma, esta teve por temática as repercussões da Psicologia Positiva nas Organizações. Além de reforçar o significado do termo Psicologia Positiva, a doutora deu-nos a conhecer a designação “comportamento organizacional positivo”, a qual passa pela aplicação das capacidades e forças psicológicas positivamente orientadas com vista a obter melhorias ao nível do desempenho, produtividade e satisfação. Algo que achei bastante interessante foi o facto das características de um líder influírem significativamente no grau de satisfação dos seus colaboradores. Assim, líderes que possuam a esperança como característica pessoal, dão origem a colaboradores mais satisfeitos e com menor intenção de sair. Penso que nos dias de hoje, pelo menos pelo que me é dado a ver, é cada vez mais raro encontrarem-se pessoas com características positivas no poder. É normal, pois, que a maioria das pessoas não se sinta feliz no seu trabalho, ou porque não vê o seu trabalho reconhecido e valorizado, ou porque o ambiente de trabalho não é no geral prazeroso, entre outros possíveis motivos. Penso que se os patrões se importassem mais com o bem-estar dos seus trabalhadores, ao invés de se centrarem unicamente nos lucros (e, portanto, no que podem levar ao bolso), só ficariam a ganhar, pois acredito que trabalhadores mais satisfeitos possuam maior motivação, o que resulta certamente em níveis de produtividade superiores. Considero, pois, necessária uma maior ênfase na parte humana das questões, até porque tal apenas demonstra inteligência por parte de quem adopta tal postura.

Em conclusão, toda a temática desta conferência me fez reflectir acerca da importância de nos centrarmos não só naquilo que nós mesmos temos de bom, mas também naquilo que os outros têm de bom, utilizando isso a nosso favor, mas, sobretudo, a favor de um mundo melhor.

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