Relatório de Role-Play

Na sequência da elaboração da Ficha de Leitura 5, foi-nos requerida a realização de uma simulação de entrevista. Uma vez que o nosso grupo é constituído por cinco pessoas, tivemos de realizar não apenas uma mas duas situações de entrevista, pelo que decidimos que uma delas se inseriria num contexto organizacional e a outra num contexto de clínica, de modo a que esta experiência se tornasse ainda mais rica. Procedemos, então, à elaboração dos guiões e determinámos quem iria desempenhar os papéis de entrevistadora, entrevistada e camerawoman.

As entrevistas foram, assim, realizadas no dia 20 de Maio pelas 14:30h na sala de filmagens do Colégio Pedro da Fonseca. A primeira a ser filmada foi uma entrevista de selecção, na qual a Florbela desempenhou o papel de entrevistadora e a Fátima o de entrevistada. A finalidade desta entrevista era seleccionar alguém devidamente qualificado para ocupar o cargo de educadora de infância numa creche. Relativamente à segunda entrevista, esta consistia numa primeira recolha de informação junto de uma paciente com problemas relacionados com ansiedade social, sendo que a Vera encarnou o papel de entrevistadora e a Carla o de entrevistada. No que respeita aos guiões, ambos foram elaborados a priori, tendo sido essencialmente construídos de raiz, dada a dificuldade com que nos deparámos para encontrar informação que nos auxiliasse. O primeiro era constituído por 13 questões (ver AnexoI), enquanto o segundo possuía 11 (ver AnexoII).

Passando agora à análise das entrevistas propriamente ditas, temos a dizer, antes de mais, que consideramos ter atingido os objectivos a que nos propusemos. Assim, no que respeita às fases que as constituem, respeitámos os seus três momentos fundamentais. Relativamente à primeira, a fase de abertura, verificamos que em ambas houve uma fase de apresentação, a qual tem como objectivo a criação de uma atmosfera de confiança entre entrevistadoras e entrevistadas. Assim, as entrevistadoras começaram sempre por cumprimentar as entrevistadas e apresentar-se, nomeadamente no que respeitava às suas competências profissionais, solicitando também às entrevistadas os seus dados pessoais mais relevantes. No caso particular da segunda entrevista, a Vera chegou mesmo a realizar alguma conversa de circunstância, com vista a um maior à-vontade por parte da entrevistada (Carla). Já no que respeita à primeira entrevista, e tendo em conta que é uma entrevista de selecção, a entrevistadora expôs o objectivo da mesma.

Ainda no que concerne a esta fase temos a referir que o motivo pelo qual, na segunda entrevista (clínica), a Vera não oferece informações acerca do eventual tratamento, nomeadamente a frequência das sessões e a sua duração, prende-se com o facto de esta entrevista ser apenas de cariz exploratório. Sendo, pois, a primeira entrevista com aquela paciente, o seu objectivo é recolher o máximo de informação com vista ao posterior planeamento de uma intervenção adequada à sua problemática.
Já na fase intermédia das entrevistas, constatamos que se criou um clima de empatia, o qual se deveu à forma como as entrevistadoras conduziram as mesmas. Pensamos que as questões que formulámos foram pertinentes e que as entrevistadoras conseguiram gerir a forma como as colocaram, isto é, conseguiram enunciá-las numa linguagem fácil e articulá-las da melhor maneira possível. Na segunda entrevista, por exemplo, a Vera acaba por não obedecer à estrutura previamente definida do guião, pois considerou, no decorrer da mesma, que faria mais sentido alterar a ordem de algumas questões, fruto da dinâmica imprimida à relação entrevistadora – entrevistada. Quer a Florbela, quer a Vera demonstraram, ainda, uma atitude neutra e objectiva durante toda a entrevista, nunca perdendo de vista o propósito fundamental da mesma.

Por último, a fase final caracteriza-se por ser aquela em que se procede ao término da entrevista e em que a entrevistadora agradece a colaboração da sua entrevistada, perguntando-lhe ainda se pretende fornecer alguma informação adicional. Consideramos que tal foi o que aconteceu nas nossas entrevistas.

Concluímos, então, que as nossas entrevistadoras desempenharam bastante bem o seu papel, mantendo uma postura profissional e que, apesar de toda a situação ser fictícia, conseguimos criar um ambiente bastante credível. Temos, contudo, a referir que poderíamos ter adicionado, ao guião da segunda entrevista, uma questão que seria crucial no contexto da nossa entrevista clínica, a qual passaria por indagar acerca da forma como a ansiedade se costuma manifestar na paciente (se é puramente mental/emocional ou se também se manifesta ao nível fisiológico).


Igualdade de Oportunidades

Necessidade de formação complementar de Psicólogos para lidar com sujeitos que apresentam deficiências, nomeadamente surdos.
Reflectindo sobre a abrangência de população diferenciada e com características muito próprias e específicas, considerámos ser pertinente acrescentar a tradução para linguagem gestual, das entrevistas realizadas e anexas a este blogfólio. Realçou-se esta diferença, por considerarmos a importância da comunicação na relação entrevistador/entrevistado e respectiva necessidade de interacção.

Efectuamos as diligências necessárias com vista a obter essa mesma tradução, efectuando contactos com pessoas credenciadas neste tipo de técnicas. Deparámo-nos inicialmente com alguma dificuldade em chegar a tradutores especializados, devido ao número reduzido de profissionais nesta área. Contornado este problema, e após realizados os contactos deparámo-nos, surpreendentemente, com um segundo, o facto de os interpretes recusarem participar nesta mesma tradução, na medida em que consideraram que este projecto não era relevante para esta população (surdos).

Não sendo suficiente a inclusão desta tradução no blogfolio para sensibilizar actuais e futuros psicólogos, bem como entidades responsáveis e supostamente atentas a promover igualdade de oportunidades a todos os cidadãos que contenham qualquer tipo de deficiência, consideramos que podia despertar… fazer reflectir… e impulsionar a aplicação de medidas que minimizassem estas diferenças.

Igualdade de oportunidades não deveria ser apenas um slogan publicitário, mas revestir-se de acções eliminatórias de discriminação!

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